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14 novembro, 2009
Obesidade Mórbida ou Um Poema Proseado
“Nós que aqui estamos, por vós esperamos” é o slogan do bom cemitério. As carnes decompostas, consumidas pelos vorazes vermes kamikases, anunciam o veredito inexorável de todo homem: a entrega dos olhos para a terra comer.
Ao cabo de tudo, todos seguem a Lei de Lavoisier: rumo à eterna transformação, à constante selvageria das necessidades do consumo. Nos consumimos a todos numa autofagocitose que processa a mesma matéria miserável de sempre: o altivo corpo pútrido…
A cachaça do bagaço do homem mastigado é amarga e corrosiva, matadora implacável da desavisada erva daninha que julgava ser a cova um bom lugar para ali nascer.
A rosa nasce do esterco, mas dos nutrientes da cova nem mesmo a existência de uma erva daninha se permite cogitar. No buraco negro do homem-cadáver, a via expressa de energia corre cegamente numa só direção: ao íntimo do próprio âmago, este invariável obeso mórbido.
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