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28 novembro, 2009

O que são alimentos biológicos?



Apesar de serem mais caros e de nem sempre serem fáceis de encontrar, os alimentos biológicos estão cada vez mais na moda. E mesmo que as pesquisas relativamente aos seus efeitos benéficos na saúde continuem largamente por fazer, o certo é que o facto de estarem livres da grande maioria dos químicos presentes nos alimentos ditos ‘normais' faz com que a aposta neles seja cada vez maior, tanto da parte dos produtores como dos consumidores.
Tecnicamente, o modo de produção biológico é um sistema de produção de base ecológica, que recorre ao uso de boas práticas agrícolas tendo em conta a melhoria da fertilidade do solo, o equilíbrio e a diversidade do ecossistema agrícola e a qualidade ambiental, bem como o bem-estar animal e a saúde humana. A agricultura biológica não usa pesticidas ou fertilizantes químicos, antibióticos, hormonas de crescimento ou aditivos alimentares. Os alimentos bio também não são geneticamente modificados.
Para proteger os consumidores a legislação comunitária definiu critérios para a classificação dos alimentos como biológicos, os únicos a poderem ostentar o símbolo da UE de ‘Agricultura Biológica'. Este dá-lhe garantias mínimas de qualidade, no entanto, ainda não é obrigatório pelo que poderá haver alimentos bio que não o ostentem. Adquiri-los em locais referenciados e saber decifrar os rótulos faz pois toda a diferençana hora da compra.


Deve saber que...

... ser de origem biológica não significa que um alimento esteja completamente isento químicos mas sim que foi sujeito a parâmetros mais exigentes no que respeita aos que são permitidos e ao seu conteúdo máximo.

... um alimento produzido de forma biológica poderá ainda assim apresentar químicos proibidos provenientes de contaminação acidental dos solos (culturas convencionais anteriores ou de terrenos adjacentes) ou do ar, mas serão, por norma, residuais.

...frutas e legumes cultivados sem químicos terão em princípio um valor nutricional mais elevado, com mais vitaminas, mais minerais e mais anti-oxidantes embora ainda não existam dados científicos conclusivos sobre isto.

...comer bio pode não ser ecológico. Como? Comprar tomates biológicos vindos da Austrália pode ser bom para a sua saúde mas o impacto ambiental do transporte até à sua mercearia é muito negativo. Se quiser pensar no planeta poderá até ser mais sensato comer um alimento não bio produzido localmente do que bio vindo de longe. O ideal será, claro, bio local.

Maus hábitos que podemos manter



Cuidado com a linha. Com a saúde. Ai que comer isto faz mal. Não digas isto. Não faças assim. A nossa sociedade de superinformação passa-nos mensagens que nem sempre sabemos ‘digerir’, e a nossa necessidade de prazer entra em colapso. Mas afinal, o mundo não tem de ser tão negro assim.

E se de repente deixássemos de ter um ‘patrão' interior e decretássemos a liberdade de princípios? Já podíamos: (...)

- Ver televisão - Pois, toda a gente diz que estamos a ficar insensíveis, acomodadas, balofas, sem vida familiar e com filhos parvos devido ao maldito vício do sofá. E é verdade. Mas quem não chega a casa e vê uma telenovela, um concurso, uma série, umas notícias, que atire o primeiro comando. O pior e o melhor do mundo estão na televisão: aproveite o melhor. Já está sobejamente estudada a forma como a televisão nos devora os neurónios, mas já alguém estudou os anos de sanidade que nos preservou? Quantos de nós não chegámos a casa de rastos e nos animámos com qualquer coisa que vimos na televisão? E nem sequer é só uma questão de evasão. Quantas vezes um programa nos instruiu, nos fez rir, nos fez pensar, nos tornou pessoas melhores, mais cultas, mais sensíveis, mais atentas? Cada vez menos? Talvez, mas é uma questão de saber escolher. Ah e desligue a televisão à hora do jantar... E não se encher de bolinhos enquanto vê a Oprah.

- Comer chocolate - Está na moda apregoar as virtudes do chocolate - e com razão. Desde magnésio até polifenóis e vitamina E, o chocolate é um poderoso antidepressivo e há mesmo investigações a jurarem que ele ‘imita' muito bem os efeitos de uma paixão. Por isso, mais vale comer chocolate do que ficar no sofá a chorar porque o Zé Carlos a trocou pela lambisgóia da Sandra Patrícia. Mas cuidado: todos estes estudos se referem ao chocolate preto. Preto! Aquele com pouquinho açúcar! Não os bombons com licor nem as tabletes com três camadas de nougat e caramelo onde afogamos as mágoas. E mesmo o preto, é para comer um quadradinho por dia. Não uma tablete inteira. Enfim, é melhor que nada. Ah, já agora: não o partilhe com o seu cão. É que para eles sim, o chocolate é um veneno e não há aeróbica que os salve.

- Pensar primeiro em si própria - Como dizia Rui Zink, as crianças precisam de pais egoístas: se não está de bem consigo, não vai ter nada para dar às suas crianças. A psicanalista suíça Corinne Maier, autora do ‘bestseller' ‘No Kids', fala da enorme pressão que hoje sofrem as mães para serem super-mães, e já afirmou que "bons pais precisam de cultivar uma certa indiferença em relação aos filhos", ou seja, o excesso de preocupação materna priva a criança da liberdade necessária para crescer e ainda torna os pais angustiados pela falta de tempo para si próprios.

- Dormir a sesta - Somos o país com mais falta de sono, e no entanto, na nossa cultura, quem se deita às 10 da noite é mais troçado, insultado e desprezado do que alguém com um sério defeito de personalidade. Ir cedo para cama significa que a pessoa troca ir para os copos, estar na net, desenvolver um caso com o Rodrigo da contabilidade, ter sexo selvagem com algemas de veludo vermelho ou fazer bolo de chocolate com pepitas por... dormir. No léxico português, dormir ainda equivale a não fazer nada. E dormir a sesta então atinge grau muito mais elevado de insanidade, sendo que em vez de se gastar a noite, desperdiça-se logo de uma assentada uma preciosa tarde inteira! Depois estranham que os portugueses sejam o povo europeu que mais gasta dinheiro em comprimidos para dormir. Afinal, dizem todos os estudos, dormir é do melhor que há. A saúde humana assenta em três pilares: alimentação, exercício e sono. Uma simples sesta de 20 minutos aumenta a produtividade, a memória, a concentração e, dizem os estudos mais recentes, protege o coração! Porquê? É que o sono, a qualquer hora do dia, actua como uma válvula de escape para o stresse. A sesta funciona, assim, como uma poderosa protecção. Por isso, deite-se e durma sem remorsos, quando e quanto lhe apetecer. Ainda lhe vai restar muito tempo para viver bem a vida.

- Ser stressada -
Há stresse mau, mas pode haver também stresse bom. Em pequenas doses dá energia à nossa vida, mantém-nos alerta, melhora a capacidade de memória e de raciocínio, e ajuda-nos a completar tarefas difíceis. São as hormonas e os químicos que nos gritam ‘foge, idiota!' que nos ajudam a ter o relatório pronto, o exame feito, um dia difícil bem resolvido. O stresse não é só o assassino silencioso do costume: também pode dar sal à vida e ajudar-nos a resolver tarefas para que precisamos do nosso potencial máximo. No tempo da pré-história, o nosso potencial máximo era posto em prática quando o bisonte vinha atrás de nós. Hoje em dia, na falta de bisontes (ou pelo menos, dos bisontes das pradarias) pomos todo o nosso melhor nas nossas tarefas mais difíceis, seja ter um filho ou realizar um teste difícil. Em resumo, ontem como hoje, o stresse existe para nos ajudar a sobreviver. Claro que é um bom criado mas um mau patrão: se deixarmos que nos comande a vida, estamos feitas. Se soubermos servir-nos dele, pode manter-nos alerta. É a diferença entre um desastre de automóvel e uma montanha-russa...

- Ser imperfeita - Ensinaram-nos desde pequeninas (e se não nos ensinaram, aprendemos sozinhas mesmo) que tínhamos de ser boas em tudo: excelentes mães, esposas irrepreensíveis, namoradas sensuais, cozinheiras melhores que a Maria de Lurdes Modesto e com medidas de fazer inveja à Gisele Bundchen. Ah, e se possível louras. Espertas. Com sentido de humor. E o software do kamasutra incluído. E energia para sair à noite. Se tivéssemos alguns defeitos, seriam poucos e escolhidos, assim tipo a teimosia, que toda a gente acha que é, porque toda a gente acha que não é defeito nenhum. Sabe que mais? É humanamente impossível e se pensarmos bem, nem sequer é desejável. Que graça teria uma pessoa perfeita? Afinal, são as nossas pequenas imperfeições que nos tornam quem somos. Há quem diga mesmo que são as nossas pequenas imperfeições que tornam possíveis as nossas (grandes) perfeições. Por isso, seja imperfeita. Claro que convém que os defeitos não lhe arruínem a vida nem a dos outros. Tirando isso, força. Seja um bocadinho gulosa. Ligeiramente estrábica. Com tendência para acordar mal disposta. Para se rir quando não deve. Para deitar demasiada pimenta na salada. Para ser vingativa. Não, não perdoa, e depois? Ria-se muito de si própria, e tudo estará bem.

- Beber pouca água - Sim, precisamos de água para viver e convém andarmos bem hidratadas, mas também não é preciso andar a engolir três litros de água por dia como se fosse um remédio. Um estudo da BBC sobre os alimentos provou que, se comermos alimentos ricos em líquidos - frutas, legumes, sopas, chás - não era preciso andar sempre de garrafinha atrás. Há um bom esquema: se trabalha sentada, sempre que se levantar para esticar as pernas beba um copo de água. Se faz desporto, tem de beber mais água para repor a que perdeu, mas também não é preciso afogar-se, e lembre-se que, quando perde água, perde também sal. Se já bebe água (porque gosta), continue. Os rins têm capacidade para processar até 15 litros diários, e é pouco provável que se beba tanto litro num só dia...

Testemunho: "A anorexia estava a destruir a minha vida"

Laura passava horas em frente ao espelho e sentia-se um monstro. Chegou a pesar 32kg e ameaçou suicidar-se. Histórias de luta de um pai e de uma jovem e o perfil que os especialistas traçam do distúrbio alimentar que também mata em Portugal.



José Delgado, 48 anos, viu definhar de dia para dia o corpo e o sorriso da filha mais nova, Sofia. Ainda hoje, com a quase completa recuperação, não sabe dizer o que levou a menina de então 11 anos (hoje tem 18) a olhar para o seu corpo magro ao espelho e a dizer que o odiava, a esconder comida, a recusar refeições, a bater no estômago vazio para ver se ele abatia ainda mais, a pensar em suicídio.
O alerta soou depois da família ver uma reportagem sobre anorexia nervosa, onde reconheceu alguns dos sintomas da filha. 'A Sofia fazia mais de 200 flexões diárias, subia e descia as escadas várias vezes ao dia, ia a pé para a escola. Chegou a pesar 32 quilos e a não conseguir andar sem ser amparada', recorda. 'O despoletar da doença na Sofia parece ter estado ligado a uma mudança de turma onde não foi bem recebida.' Apesar de muita gente lhe chamar 'mania', a anorexia nervosa é um distúrbio alimentar que pode levar à morte. Estima-se que as taxas de mortalidade da doença se situem entre os 10% e os 15%; o suicídio ronda os 2,5%, segundo dados da Associação de Familiares e Amigos de Anorécticos e Bulímicos (AFAAB). 'A minha filha chegou a dizer-me que se suicidava. Isso mexe muito com um pai. Nessas alturas, dizia-lhe que, se isso acontecesse, iríamos ficar muito mal, mas que quem tinha mais a perder era ela.' Na pior fase da doença, a jovem ficou acamada em casa, em regime ambulatório, durante três meses. 'Foi muito desgastante, porque é preciso muita firmeza. É preciso assegurar que o horário das refeições é cumprido. Ela não queria comer; perguntava constantemente se não achava que estava mais gorda. Perdi um mês de ordenado, mas valeu a pena.'


Anotava tudo o que comia num caderno

Laura, tem 26 anos e é filha de imigrantes portugueses na Alemanha, onde vive. Passou a adolescência a confrontar-se com a anorexia e bulimia. 'Estava a destruir a minha vida', confessa. Aos 14 anos, angustiada por um corpo que mudava contra a sua vontade, tornou-se bulímica. 'Passava horas em frente ao espelho, a observar a silhueta 'deformada'. Anotava tudo o que comia num caderno. Nessa altura não tinha muitos amigos', conta. Tapava o vazio emocional com comida. Depois, vinham os acessos de culpa em que sentia 'suja e cansada, um monstro pré-histórico devorador', e vomitava tudo. 'Assustei-me com este comportamento estranho e não voltei a fazê-lo durante muito tempo', relembra. 'Aos 16 anos, entrei na minha fase de anorexia. Perdi quilo atrás de quilo, fumava dois maços de tabaco por dia, a minha dieta diária baseava-se em coisas como uma bolacha, duas maçãs, uma batata com couve-flor ou uma sanduíche.' O namorado, os pais e o médico convenceram-na a tratar-se. 'Fui internada numa clínica durante quatro meses. Pesava 41kg e media 1,64m. As primeiras duas semanas custaram-me muito. Era proibido contactar com qualquer pessoa fora da clínica; só podia fazê-lo por carta. Tomava as refeições no meu quarto, na presença da terapeuta, que só saía uma hora depois para não ter a hipótese de vomitar. Se não comêssemos o suficiente, obrigavam-nos a beber um líquido com muitas calorias. As raparigas com os casos mais difíceis de tratar tinham de ser internadas num hospital, com recurso a tranquilizantes e alimentadas artificialmente. Na terapia confrontavam-me com a insensatez do meu comportamento face à comida, os meus ideais exigentes e irrealistas, o meu comportamento com a minha família. Tinha terapias de família, de grupo e individuais. Ao fim de dois meses pude visitar os meus pais e eles vinham ver-me aos fins-de-semana. Saí da clínica com 54kg, mas não totalmente curada.'
A recaída deu-se em 2001, quando não conseguiu entrar no ambicionado curso universitário e teve mais crises de bulimia. No ano seguinte entrou na faculdade e começou a trabalhar. Foi a obsessão pelo estudo que a salvou, diz. 'Hoje, tenho 56kg. Gosto de mim, de me ver ao espelho, não tenho balança em casa porque não a quero que ela domine a minha vida.'



Elas sofrem mais


A anorexia nervosa afecta, sobretudo, raparigas adolescentes, mas pode ocorrer nas mais variadas idades. 'Cada vez há mais mulheres de 40 e até 60 anos a sofrer disto', confirma José Delgado, responsável pelo núcleo de Lisboa da AFAAB. 'Também aparecem mais crianças com a doença. A mais nova que tivemos em consulta tinha 8 anos', conta Abel Matos Santos, psicólogo clínico do Núcleo de Doenças do Comportamento Alimentar do Hospital de Santa Maria.
Também há rapazes anorécticos a proporção, a nível internacional, é de um rapaz para dez meninas; em Portugal, a diferença é de 0,3 meninos para dez raparigas, segundo o psicólogo. 'A característica mais comum da anorexia é a perda de peso, associada a uma gradual mudança de comportamento. A perda de peso é lenta mas progressiva e, normalmente, tem início com uma dieta normal, podendo também ocorrer de forma brusca. As tentativas de diminuir ou acabar com a restrição costumam ser encaradas com muita resistência.' Quanto mais peso perdem, mais medo têm de o voltar a ganhar e continuam a recusar comer, mesmo quando o corpo começa a traí-los. Aos poucos, perdem a alegria e o contacto com os amigos porque evitam sair de casa.


Disciplinadas, organizadas e boas alunas

'Algumas causas para a anorexia nervosa ainda são desconhecidas, mas a personalidade da rapariga, a forma de relacionamento com a família e eventuais problemas fora de casa, sobretudo na escola, podem desencadeá-la', explica Abel Matos Santos. 'A predisposição genética, ou seja, haver na família alguém que sofra da mesma doença, pode aumentar o risco de se vir a sofrer dela', explica ainda o psicólogo. 'Estas raparigas caracterizam-se por serem conformistas, disciplinadas e trabalhadoras. Comparativamente a outras meninas da mesma idade, tendem a ser mais sensíveis, obsessivas, organizadas e muito meticulosas. Estas características costumam marcar presença antes de sofrerem anorexia e acentuam-se com o desenvolvimento do distúrbio.' A AFAAB alerta, no seu site, para outros factores de risco: podem ter sido jovens que no passado tenham lutado contra o excesso de peso ou obesidade, vítimas de um trauma físico ou sexual no passado e, muitas vezes, têm ou aspiram a ter profissões que enfatizam um ideal de corpo magro (bailarinos, actores, modelos ou desportistas). José Delgado acrescentar-lhe-ia outros traços: quase todos os anorécticos são excelentes alunos e demonstram uma maturidade precoce. 'A minha filha não teve adolescência; passou da pré-adolescência à idade adulta. E hoje está numa fase em que os colegas da idade dela são putos que não cresceram.'


Escondem comida, mentem, fazem muito exercício

Na sua luta de sete anos, José Delgado aprendeu muita coisa. 'É preciso estarmos muito atentos aos momentos em que eles querem falar connosco, porque são poucos e são muito subtis a demonstrá-lo. Aprendi que a educação que demos aos nossos filhos não tem nada que ver com a doença há muitos pais que se culpabilizam que os nossos filhos precisam de segurança e firmeza; que, num distúrbio alimentar como este, a comida não é o essencial. Como diz Daniel Sampaio, a comida já está na mesa, não é preciso falar sobre ela. Aprendi a desligar a televisão à hora das refeições. Quantas vezes a minha família esteve toda à mesa e a Sofia não comeu o que estava estipulado, mas existiu diálogo.' Para um anoréctico, esta é a hora de todas as angústias. Sentir-se pressionado a comer só piora tudo. Familiarizou-se depressa com as estratégias da filha para escapar ao controlo. 'Começam a vestir muita roupa, escondem a comida. É preciso estarmos atentos para ver se eles fazem demasiado exercício, se acordam de madrugada para isso. Fazem muitas perguntas para nos testarem acerca do peso. A minha filha atirava-se para o meu colo para ver se eu vacilava e se estava mais pesada. Em algumas fases da doença mentem muito.' Mas há sinais ainda mais subtis. 'Os irmãos mais novos e os animais de estimação engordam de repente. À refeição, começam a partir a comida em bocados muito pequenos e pô-los à borda do prato, para parecer que já comeram o suficiente. Mastigam muito os alimentos e armazenam--nos nas bochechas para os deitarem fora.'


Há pais com vergonha de sair de casa

Foi por pensar que a partilha da sua experiência poderia ajudar na cura dos filhos que José Delgado se envolveu na associação. 'São mais as pessoas que nos telefonam com dúvidas do que aquelas que participam nas reuniões de pais. Ainda há muita vergonha e medo de falar sobre a doença. Há quem não saia de casa porque tem vergonha dos filhos ou porque não querem perguntas de vizinhos e família. Só fecham mais o ciclo de isolamento da família. Alguns pais adoecem com depressões. Há casos de rupturas familiares quando as pessoas não aguentaram a carga.' Hoje, um grupo de pais reúne-se todas as quartas--feiras, com dois psicólogos, para procurar respostas e falar de anorexia. 'É uma doença de tratamento difícil e lento, no mínimo três anos', diz José Delgado. 'Cada pequena conquista é um milagre. Existem sempre perigos de recaída. É uma das nossas maiores angústias. 'Só alguns casos tendem a ser crónicos', observa Abel Matos Silva. 'A maior parte das doentes fica curada ou têm uma vida normal, apesar de manterem traços da doença.' O primeiro passo no tratamento é também o mais difícil de dar, diz o médico. 'Antes de tudo, é preciso que a doente admita ter um problema.
Normalmente, é a família que a leva ao médico, dado que a própria se recusa a aceitar a gravidade da situação. O tratamento pode incluir psicoterapia individual, de grupo e familiar, aconselhamento nutricional e medicação e, nos casos mais graves, o internamento um índice de massa corporal inferior a 15 já o sugere.'


Sinais de alerta
O psicólogo Abel Matos Santos diz-nos ao que é preciso estar atento.
FÍSICOS: Perda visível de peso, dificuldade em dormir, dores de barriga, perda de cabelo, sensação de frio constante, menstruação irregular ou inexistente, perda da força muscular, dores de cabeça, tonturas e desmaios, palidez, lanugo (penugem em todo o corpo).
PSICOLÓGICOS: Sentir-se gorda, apesar de estar muito magra, depressão, irritabilidade e mudanças repentinas de humor, procura do perfeccionismo, isolamento social, obsessão por comida, calorias e receitas, dificuldade de concentração, auto-estima determinada pela ingestão de alimentos, culpa ou vergonha ao alimentar-se.
COMPORTAMENTAIS: Prática excessiva de exercício, cozinhar para outros e não comer, recurso ao vómito forçado; uso de laxantes, diuréticos, clisteres e comprimidos para a perda de peso, desculpas constantes para não comer, pesagens muito frequentes, uso de roupas largas, cortar a comida em pedacinhos, mordiscar os alimentos.


Cristina Correia, ACTIVA - 27 Outubro 2009

20 novembro, 2009

Os 9 mitos da alimentação

1. O PÃO ENGORDA?

É falso dizer que o pão engorda e que quem está a fazer dieta não o deve comer. Este alimento fornece cerca de 250 kcal/100 g e, como qualquer alimento, deve ser comido com moderação. O grande problema não é o pão por si só, mas sim o que lhe juntamos. Para se ter uma ideia... 10g de manteiga têm aproximadamente 90 kcal. Também não é verdade que o pão integral engorde menos que o pão branco, pois fornece sensivelmente as mesmas calorias. Mas o pão integral (ou mistura, centeio, 7 cereais) é nutricionalmente mais rico do que o pão branco, fornecendo vitaminas, minerais e fibra alimentar que, conforme referido, são nutrientes fundamentais na nossa alimentação.

2. SEM CARNE NÃO TEMOS VITALIDADE?

É um erro comum dizer que é preciso ingerir muita carne, de preferência um bife, para se ter energia. Teresa Branco diz que "é necessário ingerir carne, mas não é através de uma ingestão em demasia que eu vou ter mais energia disponível. Esta ingestão em demasia só servirá para armazenar uma grande quantidade de gordura saturada". Já Francisco Varatojo lembra que os macrobióticos têm vitalidade sem comerem carne e que vão buscar as proteínas e outros nutrientes às leguminosas como o feijão e o grão, por exemplo.

3. O LEITE DÁ-NOS OSSOS FORTES?

"Não há nada que confirme que é preciso beber leite para ter ossos fortes", sublinha Francisco Varatojo. O macrobiótico lembra que é nos países ocidentais, onde se consome mais lacticínios, que se registam mais fracturas ósseas e casos de osteoporose e que os orientais têm um esqueleto mais resistente e consomem menos produtos lácteos. Uma das explicações deve-se ao facto de os lacticínios terem muita proteína que acaba por eliminar o cálcio em vez que o segurar. Para reforçar as vitaminas A, E e D também se aconselha uma exposição solar de 15 minutos diários e a ingestão de alimentos como vegetais de folha verde, hortícolas, frutos vermelhos ou laranjas, peixes gordos e ovos.

4. OS PRODUTOS LIGHT OU MAGROS FAZEM EMAGRECER?

Alexandra Bento desmistifica esta ideia. Apesar de "teoricamente terem menos calorias do que os produtos não 'light', não quer dizer que se possa comer a quantidade que se deseja sem engordar". E chama a atenção para a necessidade de estarmos atentos aos rótulos dos alimentos: "Muitas vezes, os fabricantes retiram a gordura, mas substituem-na por outros ingredientes que podem apresentar calorias e por isso o valor energético do produto final pode não ser muito inferior ao do produto convencional."

5. AS BANANAS ENGORDAM?

Uma banana pequena tem as mesmas calorias que uma maçã ou uma laranja, Não há fruta que engorde mais do que a outra, só é preciso ter em atenção as quantidades. Na fruta, transformada em sumo, a vitamina C degrada-se e os açúcares naturais (frutose) são consumidos de forma mais concentrada e provocam mais cáries dentárias.

6. A ÁGUA ÀS REFEIÇÕES ENGORDA?

Diz-se que não se deve beber água às refeições ou durante os esforços físicos, mas é um mito. Sem o nutriente água, não existe uma boa hidratação e nada funciona. No entanto, como refere Francisco Varatojo, também não faz sentido nenhum dizer que para sermos saudáveis precisamos de beber três litros de água por dia. E a água da torneira é mais equilibrada em minerais essenciais para a saúde que a mineral engarrafada.

7. PEIXE NÃO PUXA CARROÇA?


É falso dizer que o peixe não alimenta. Segundo Alexandra Bento, "o peixe é mais facilmente digerido do que a carne e uma fonte de proteínas de elevada qualidade", tendo um teor de gordura mais reduzido. Além disso, acrescenta: "As gorduras do peixe são mais saudáveis. O peixe gordo, como a sardinha, o salmão, o arenque, apresenta ómega 3, ácidos gordos que parecem apresentar muitos benefícios para a saúde." Uma das formas de atrasar a digestão do peixe, é acompanhar a refeição com outros alimentos de digestão mais demorada, nomeadamente vegetais folhosos, como as couves e leguminosas como ervilhas, feijão, grão-de-bico, lentilhas...

8. O AZEITE É UMA GORDURA SAUDÁVEL E POR ISSO ENGORDA MENOS?
O azeite, apesar de ser uma gordura saudável, engorda tanto quanto as outras gorduras. Cada 100 g de azeite fornece-nos 900 kcal. Por isso o azeite deve ser utilizado com conta, peso e medida. Mas que se prefira azeite a outras gorduras saturadas como os óleos. É que o azeite tem outras vantagens nutricionais, já que é rico em antioxidantes, diminui os níveis de colesterol e contribui para a diminuição do risco de doença cardiovascular e determinados tipos de cancro.

9. HÁ ALIMENTOS BONS E ALIMENTOS MAUS?

"Do ponto de vista da nutrição, não há alimentos bons, nem alimentos maus", sublinha Alexandra Bento. Qualquer alimento pode fazer parte de uma alimentação equilibrada e por isso o conselho para se ter uma alimentação saudável é variar o mais possível. Mesmo os alimentos ricos em gorduras ou em açúcar, que são apontados como pouco saudáveis, não devem ser banidos da alimentação de uma pessoa saudável, mas ingeridos com conta, peso e medida.


O que comer em cada idade

A alimentação deve adaptar-se à idade e estilo de vida de cada um. Conheça o menu ideal para crianças, adolescentes, atletas, grávidas, adultos e idosos.

CRIANÇA



Mal nascemos, o nutriente essencial é o leite materno: "Os bebés devem mamar e isso chega-lhes", lembra a endocrinologista Isabel do Carmo, que aconselha a que o passo seguinte seja a "diversificação alimentar, experimentando a pouco e pouco os sabores". O leite é importante para o crescimento, mas há que não esquecer os riscos, uma vez que "é um dos principais alergénicos", lembra o nutricionista britânico Patrick Holford. No seu livro "Alimentação Ideal para Crianças Inteligentes", Holford sugere pequenos-almoços de papas de aveia ou muesli com frutos secos em leite de soja ou de quinoa ou pães escuros com ovos mexidos. Para o almoço ou jantar porque não um peixe com puré de batata e brócolos ou um guisado com grão e vegetais variados? Alexandra Bento, presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas, elege também os legumes e os cereais pouco refinados como os principais alimentos a ingerir entre os 2 e os 10 anos: "Dão resistência e saúde, fazem crescer, constroem o esqueleto e estimulam a atenção". E recomenda um menu diário que inclua meio litro de leite, pão a todas as refeições "nas quantidades adequadas aos gastos energéticos", sopa e hortícolas sempre no prato. Para convencer os mais pequenos, o segredo é "escolher os mais coloridos". Claro que os frutos ricos em vitamina C, o peixe (sobretudo o gordo, rico em DHA e ómega 3) e a carne (não mais de 50 gramas três ou quatro vezes por semana) também fazem parte do menu. Para Francisco Varatojo, do Instituto Macrobiótico, a carne é dispensável. Podemos ir buscar as proteínas a outros alimentos: "Não há diferença entre os aminoácidos de um bife e os do feijão". O açúcar e o sal estão banidos e os doces devem ser guardados só para os dias de festa.

ADOLESCENTE



Quando se chega à pré-adolescência e à adolescência "o desenvolvimento é explosivo e a alimentação nestas idades exige maiores quantidades" de comida, refere Alexandra Bento, que lembra que "rapazes e raparigas precisam de mais 10% a 30% de calorias que um adulto". Mais uma vez (e os jovens aprendem-no na escola) a alimentação deve seguir os princípios da Roda dos Alimentos: "Ser equilibrada, com riqueza em hortofrutícolas e produtos cerealíferos, com parcimónia de gorduras e doces e respeitando o horário das refeições. Desta forma, o apetite e a saciedade ficam bem regulados", refere a presidente da associação de Nutricionistas. Por seu lado, Isabel do Carmo diz que os adolescentes devem "reforçar os lacticínios (três copos de leite por dia pelo menos, podendo substituir um copo de leite por dois iogurtes" E, "se não for obeso, o adolescente pode comer fruta à vontade".

ATLETA



Os desportistas têm uma actividade física muito superior à média das pessoas ditas activas, e por isso devem consumir muito mais calorias e nutrientes. Mas "temos que distinguir o tipo de esforço de cada um", sublinha Cláudia Minderico, nutricionista no Centro de Alto Rendimento do Instituto do Desporto de Portugal. Daí que aos maratonistas recomende maior quantidade de proteínas e hidratos de carbono: adequa-se uma dieta à base de massa, arroz branco ou batata com casca, pois "vão buscar 75 a 80% da energia que consomem aos hidratos de carbono". Já um velocista precisa "de glicose depositada no músculo e pouca gordura". Daí a importância dos cereais integrais e das leguminosas. Por seu lado, o futebolista deve ter uma dieta alimentar mista, que junta aos hidratos de carbono, o feijão, o grão e outras leguminosas e vegetais, "de preferência cozinhados para serem de mais fácil digestão". Não esquecer a água. "Sem uma boa hidratação nada funciona", conclui.

GRÁVIDA



"A grávida deve fazer uma dieta isocalória, isto é, comer tanto em termos de calorias como aquilo que gasta. Nem de mais, nem de menos", aconselha Isabel do Carmo. Segundo a endocrinologista, também não deve esquecer a fruta, os vegetais e os lacticínios. O reforço de calorias nesta fase da vida também é defendido por Alexandra Bento: "A grávida necessita de um pouco mais de calorias provenientes de hidratos de carbono e de nutrientes reguladores e plásticos como proteínas, ácidos gordos essenciais, vitaminas e fibra." Não esquecer a importância de minerais como o cálcio, o ferro ou o ácido fólico (que ajuda a prevenir a espinha bífida). Para evitar as estrias deve comer alimentos ricos em zinco, como frutos secos, peixe, ervilhas e ovos e fruta rica em vitamina C, para fabricar colagénio que também ajuda a evitar as varizes, refere Patrick Holford, no livro "Alimentação Ideal para Grávidas".

ADULTO



Os crescidos também devem seguir a Roda dos Alimentos e reforçar as quantidades de cereais, legumes e hortaliças. A nutricionista Teresa Branco sugere pão escuro, peixe e vegetais: "O pão com fibra permite-nos obter hidratos de carbono de elevada qualidade nutricional, sem elevar em demasia o nosso açúcar sanguíneo (glicemia)". Os vegetais fornecem-nos vitaminas, minerais e fibra em grande quantidade. E o peixe (designadamente a sardinha, o atum, o salmão ou a cavala) "é uma excelente fonte de proteínas, de gordura saudável (ómega 3) e de vitaminas. Contém vitaminas do complexo B (essenciais para o funcionamento do sistema nervoso) e A, D, E e K ("que contêm elevado teor de iodo, essencial ao bom funcionamento da tiróide"). Meio quilo de legumes ou fruta por dia e não mais de 200 gramas de carne ou peixe, completam o menu, segundo Alexandra Bento. Aos cinquentões, Isabel do Carmo aconselha a dispensa de "gorduras". Esqueçam fritos e molhos.

IDOSO



"O idoso muitas vezes não come o suficiente e esquece a carne porque mastiga mal. Deverá comê-la sob a forma de hambúrgueres, almôndegas ou empadão", lembra a endocrinologista Isabel do Carmo. À ementa dos mais velhos acrescenta a fruta cozida e suplementos de vitaminas e sais minerais. Alexandra Bento, por seu lado, chama a atenção para o facto de muitos idosos estarem isolados, com dificuldades financeiras e sem apoio familiar, passando refeições ou espaçando-as demasiado. Por isso aconselha: "Devem evitar refeições demasiado próximas ou afastadas e optar por intervalos de cerca de três horas". Por outro lado, "os pratos devem ser pouco volumosos e muito fáceis de digerir e de mastigar". Francisco Varatojo também reforça a ideia de que "à medida que envelhecemos a comida deve ser mais macia e em menor quantidade". E ironiza: "A energia diminui mas ganha-se em sabedoria."

Kate Moss acusada de promover a anorexia

A modelo afirmou numa entrevista que nada a faz sentir melhor que estar magra, uma frase recorrente nos sites que defendem a anorexia.



Mesmo que não fosse sua intenção, Kate Moss está envolvida em nova polémica. Depois do consumo de cocaína, desta vez a modelo fez perder a paciência aos que lutam contra um dos distúrbios alimentares mais comuns, a anorexia, ao eleger como um dos seus lemas "nada sabe tão bem como estar magra"

A frase, dita numa entrevista dada ao site de moda WWD, é uma das mais comuns publicadas na internet em sítios que defendem a magreza em excesso. Os protestos não se fizeram esperar. O porta-voz da associação Beat, que luta contra a anorexia, considerou muito grave que Kate Moss não se tenha dado conta do "perigo" inerente aos seus comentários. "É muito difícil lutar contra este problema que afecta os jovens e opiniões destas não ajudam".

Por sua vez, os membros da Say No To Size Zero (Diz Não ao Tamanho Zero), organização que recolhe assinaturas para que o parlamento britânico aprove uma lei que obrigue as modelos a passar por controlos sanitários regulares, consideraram as declarações "chocantes" e "irresponsáveis".

Comer bem e viver melhor



Todos ansiamos por mezinhas mágicas que nos tragam saúde e vitalidade. A receita, começa no prato seguindo as regras básicas da tabela dos alimentos. Apostemos a variedade e moderação.
A alimentação deve ser o primeiro medicamento, já dizia Hipócrates, o pai da medicina moderna. E a pertinência desta afirmação não deixa de ser sublinhada nos dias que correm. Queremos receitas mágicas para estar em forma, ter energia física e mental para aguentarmos o stresse do dia-a-dia e fazer em 24 horas o que achamos que só conseguimos fazer em 48 horas. E pensamos que a solução está em socorrermo-nos de frasquinhos ou caixinhas com pós ou comprimidos milagrosos. Mas é melhor pararmos um pouco para pensar e verificar que, se calhar, o primeiro passo começa com uma regra básica: pegar na roda dos alimentos quando elaboramos a lista de compras. Actualizada tem cerca de três anos e faz parte do programa escolar.
A ideia é sublinhada por Alexandra Bento , presidente da associação portuguesa de nutricionistas: “alimentação nas várias fases deve seguir o mesmo princípio: ser saudável, segundo as orientações da roda alimentar”. Olhamos para a pirâmide e vemos que na sua base estão os cereais. É neles que encontramos o combústivel básico para o dia-a-dia. “Os hidratos de carbono são grandes fornecedores de energia”, lembra a fisiologista Teresa Branco, da Clínica Metabólica. A sua ingestão “permite ao cérebro funcionar em plenitude” e a sua ausência “promove o cansaço cerebral e diminui as capacidades cognitivas em qualquer idade”.
Mas se os nossos tecidos, músculos e órgãos necessitam de hidratos de carbono para desempenhar as suas funções em condições, não o fazem sem vitaminas, minerais e proteínas. Ou seja, além do trigo, milho, centeio, aveia, precisamos de fruta, de vegetais (de preferência verdes escuros) e de leguminosas como o feijão, o grão ou as lentilhas para termos uma alimentação equilibrada. Se a estes alimentos acrescentarmos frutos secos, como sugere Cláudia Minderico, do Centro de alto rendimento, obtemos também ácidos gordos essenciais.
A receita é partilhada por Francisco Varatojo, nutricionista e director do instituto Macrobiótico, para quem os cereais integrais, os vegetais e as leguminosas são os três alimentos de oiro de uma dieta alimentar equilibrada e potenciadora de vitalidade. “Devem é ser consumidos a todas as refeições”, sublinha o especialista, que diz não lhe faltar vitalidade nem virilidade apesar de há 30 anos não consumir carne. Não nos devemos esquecer que “as células precisam de açúcar para funcionar e que a melhor glicose é a que vamos buscar ao hidratos de carbono complexos ou integrais que se desdobram lentamente e nos tornam corredores de maratona”, explica Varatojo.
Reza a história que se não fossem os cereais como o trigo-sarraceno os seus hidratos de carbono, os russos não teriam derrotado as tropas de Napoleão. No Leste chamam a este trigo kasha e no Oriente fazem dele uma massa a que dão o nome de soba. As capacidades energéticas deste alimento devem-se à sua riqueza em fibra, magnésio, cobre e manganésio.
Por seu lado, a endocrinologista Isabel do Carmo tem as suas próprias receitas douradas da infância à velhice: “Comer cinco porções de fruta e legumes frescos por dia”, soltos, em acompanhamento ou transformados em sopa. E não esquecer que a variedade é o tempero da vida.
Certo é que nenhum dos especialistas contactados pelo Expresso coloca a carne como sendo um dos três alimentos da lista essencial. E todos falam da importância dos cereais, sobretudo dos integrais, que permitem uma absorção mais lenta da energia, mas que em contrapartida nos dão uma vitalidade mais duradoura.
Além disso, “os alimentos deste grupo proporcionam os hidratos de carbono melhor adaptados aos humanos (os amidos). E fornecem também quantidades apreciáveis de fibra alimentar, vitaminas e minerais”, acrescenta Alexandra Branco. Ou seja, são completos e saudáveis, enquanto o arroz ou o pão branco (fabricados com farinhas finas) “ficam muito desfalcados de minerais e vitaminas, contribuindo para o empobrecimento nutricional da ração”.
Em relação aos vegetais, há regras básicas para que deles obtenhamos as suas propriedades por inteiro: nunca os comprar cortados e pré-lavados. Como conselho final, deixamos uma observação de Francisco Varatojo: “As pessoas querem mezinhas, mas se continuarem com uma vida desalinhada estas receitas não funcionam”.


Revista Única. Expresso #1932 7 de Novembro 2009

14 novembro, 2009

Mentes gordas e almas magras;



Vivemos cada vez mais numa sociedade que se manipula a ela própria. Será a publicidade um espelho da nossa sociedade, ou pelo contrario, será a sociedade um espelho da publicidade que consumimos?
Até que ponto os padrões estéticos ditados pela moda deverão ser aceites por nós?

A moda actual democratizou-se, permitindo que tudo seja aceitável em termos de estilo, desde que seja elegante.
Simultaneamente, nas passerelles assistimos ao desfilar de esbeltos e sensuais modelos negros como Naomi Campbell, louras estonteantes como Claudia Schiffer ou a anórexica Kate Moss, sendo este último modelo de beleza, seguido cada vez mais por jovens do mundo ocidental e consumista. E onde ficam as gordas? Porque não teram elas lugar ao lado das mulheres excessivamente magras? Serão elas visualmente menos agradáveis? Não sei. Cada caso é um caso, depende dos olhos de quem compara, mas acima de tudo da mentalidade de quem se depara com esta dualidade.

Esta pintura é mais que um sistema de cores, formas ou efeitos estéticos, é o transparecer de emoções. Emoções sentidas por mulheres que por um motivo qualquer ocupam mais espaço no Cosmus, o que faz com que se resguardem, se isolem da sociedade da qual fazem parte.

Herbert Vianna - Cirurgia ou Lipoaspiração?

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém,
nem falar do que não sei, nem procurar culpados,
nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo
que toda essa busca insana pela estética ideal
é muito menos lipo-as e muito mais piração?

Uma coisa é saúde outra é obsessão.
O mundo pirou, enlouqueceu.
Hoje, Deus é a auto imagem.
Religião, é dieta. Fé, só na estética.
Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta,
pudor é ridículo, sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer, não.
Estria é caso de polícia.
Celulite é falta de educação.

Aquela apresentadora bonita da TV tem muito mais consideração do que a que está ao seu lado? A mulher mais bonita do mundo é aquela que você escolheu e que te ama.
A máxima moderna é uma só: pagar bem, que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.
Imagem, estética, medidas, beleza.

Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria,
o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
Não importa o outro, o colectivo. Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também me quero sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar bonito, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência bonita mas...

Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural.
Não é; Não pode ser.

Que alguém acorde.
Que o mundo mude.
Que eu me acalme...
Que o amor sobreviva.
Pois esse sim, ninguém poderá mudá-lo;
O amor será sempre naturalmente belo e verdadeiro.




'Cuide bem do seu amor, seja ele quem for'.


Herbert Vianna (Cantor e Compositor)

Porque é que a Eva comeu a maçã?

No início, Eva não queria comer a maçã.

- Come - disse a serpente - e serás como os anjos!
- Não - respondeu Eva.
- Terás o conhecimento do Bem e do Mal - insistiu a víbora.
- Não!
- Serás imortal.
- Não!
- Serás como Deus!
- Não e não!



A serpente já estava desesperada e não sabia o que fazer para que a Eva comesse a maçã. Até que teve uma ideia.
Ofereceu-lhe novamente a fruta e disse:
-Come que emagrece...

Então Eva comeu.

Regime de emagrecimento

- Doutor, o que é que eu faço para emagrecer?
- Basta a senhora mover a cabeça da esquerda para direita e da direita para esquerda.
- Quantas vezes, doutor?
- Todas as vezes que te oferecerem comida.

Fat Girl - True story

"Sou gorda. Não a ponto de não ser capaz de apertar o cinto no avião, mas lá gorda sou. Queria escrever acerca do que significou e significa para mim o facto de ser gorda.(...)Não sou uma activista gorda. Não se trata aqui da necessidade da aceitação de pessoas gordas, embora preferisse que as pessoas magras não me considerassem repugnante.Sei por experiência própria o que é ter sido magra e ter ouvido as pessoas magras falarem das gordas, e como é frequente os magros denegrirem os gordos. Na melhor das hipóteses sentem pena deles. Também sei que quando uma pessoa magra olha para uma gorda, a magra considera a gorda menos virtuosa que ela.



A gorda carece de força de vontade, de orgulho, dessa miserável atitude, a "auto-estima", e não se preocupa com os amigos nem com os familiares, porque se se preocupasse com eles não andaria pelo mundo com esse aspecto de repugnante suíno, rinoceronte, hipopótamo, elefante, de monstro de grandes beiços e cheio de banhas. (...).
Detesto-me. Quase sempre me detestei. Tenho boas razões para o fazer, mas não por más acções praticadas. Não me odeio por traições, por ter apunhalado nas costas alguém que tenha confiado em mim. Detesto-me por não ser bonita. Detesto-me por ser gorda. (...)Ter-me-ia porventura o amor servido de alguma coisa? Creio que o amor não me teria tornado magra. Além do mais, chegado o momento em que pensei no "amor" como sendo uma resposta, era demasiado tarde.
Eu era demasiado gorda para o amor. Mesmo quando era magra, era gorda.(...). Nunca desenvolvi tendências suicidas, mas também não dei pulos de alegria. (...). Entre as razões que levam as pessoas a guardar para si as histórias tristes encontra-se a de não quererem que se tenha pena delas. Eu não o quero. Não quero que tenham pena de mim. Sou aquilo que sou."

excertos de: Fat Girl de Judith Moore

NORBIT - Uma Comédia de Peso



É Eddie Murphy da maneira que todos gostam! Com seu jeito cómico em múltiplos papéis! Murphy actua como o delicado Norbit, que consegue uma segunda chance no amor, com sua namoradinha de infância, Kate (Thandie Newton). Mas existe um imenso obstáculo: a ciumenta e cruel Rasputia (Murphy) quer Norbit todinho só para ela. Será que Norbit conquistará o coração de Kate...antes que Rasputia o reduza a nada? Com um elenco de astros incluindo Cuba Goooding Jr, Marlon Wayans e Eddie Griffin, Norbit vai fazer todo mundo morrer de rir.

Uma história entre tantas outras ;



Vanessa Dias, S. João da Talha ;

"Primeiro de tudo, devemos falar de perturbações, mesmo que muitos de vocês achem um exagero ou grau de dramatismo muito elevado. No entanto, é por não levarmos este tipo de problemas a sério que o número de obesos, bulímicos, diabéticos e anoréxicos aumenta.
Todas estas doenças relacionam-se com o nosso estado espiritual, intelectual, psicológico, físico e social. Espiritual, porque depende das nossas crenças. Intelectual, porque a qualidade e quantidade de informação sobre estes temas que possúimos podem, ou não, ajudar a entender-nos a nós próprios. Psicológico, porque o nosso estado psíquico, o nosso humor e a nossa percepção são dos pontos que mais influenciam no desencadeamento das doenças do comportamento alimentar. Por fim, físico, se não estamos contentes com o nosso corpo, e social, porque aquilo que vemos, as nossas relações com os outros e os nossos hábitos sociais ditam as regras do modo como vivemos o dia-a-dia.
Eu sofri de obesidade mórbida, já tive um IMC (indíce de massa corporal) superior a 40. Levei dois anos e meio a perder cerca de 50 quilos. Não fiz nenhuma cirurgia e muito menos usei medicamentos ou químicos. Contactei os serviços públicos de obesidade e fui ajudada. (Sim, estes serviços existem!)
Uma dieta (e não gosto de lhe chamar dieta, devido ao valor perjurativo da palavra), muito exercício físico e querer foram suficientes. Um caso de sucesso sem dúvida, algo que desejava atingir. Contudo, quais as consequências?
Posso dizer para já que este processo não foi um caminho de pétalas de rosas, mas sim de alguns espinhos. Claro que não posso pensar que seria melhor continuar num estado grave de obesidade, mas confesso que cheguei a desejar voltar atrás.
E porquê? As transformações sociais, de relação com os outros, a obcessão e medo de voltar a ganhar peso, fizeram-me chegar neste momento à Bulimia. Não à bulimia que estamos habituados a associar ao vómito.
Sou bulímica porque como compulsivamente num curto espaço de tempo quantidades de comida impensáveis e mais tarde realizo exercício físico intensivo. Ainda há 45 minutos voltei a ter outro ataque. Eu sei aquilo que estou a fazer, conheço perfeitamente a doença, que devo parar e controlar-me... mas não consigo e isso irrita-me profundamente.
Sempre ouvi dizer que um médico não pode ser médico dele mesmo e o mesmo se passa comigo. Não é por estudar nutrição que me consigo curar. Até porque isto passaria mais por um psicólogo do que por um nutricionista. Há perturbações graves desde o tempo da obesidade mórbida.
Cada dia que nasce é um dia de uma nova tentativa mas que sai sempre falhada. Amanhã o dia nasce outra vez, se não ficar a dormir enfio-me no ginásio e depois segue-se uma tarde de trabalho. Ao fim da noite, quando chego, só me apetece descarregar na comida. O meu bom controlo sobre a comida perdeu-se. É como o vício do álcool ou do jogo, por isso eu comparo sempre estas doenças aos vícios. Há sempre uma hipótese de recaída e de descontrolo."

- Evita entrar no jogo, porque não existe nada que te leve a voltar atrás.

Obesidade Mórbida ou Um Poema Proseado



“Nós que aqui estamos, por vós esperamos” é o slogan do bom cemitério. As carnes decompostas, consumidas pelos vorazes vermes kamikases, anunciam o veredito inexorável de todo homem: a entrega dos olhos para a terra comer.

Ao cabo de tudo, todos seguem a Lei de Lavoisier: rumo à eterna transformação, à constante selvageria das necessidades do consumo. Nos consumimos a todos numa autofagocitose que processa a mesma matéria miserável de sempre: o altivo corpo pútrido…

A cachaça do bagaço do homem mastigado é amarga e corrosiva, matadora implacável da desavisada erva daninha que julgava ser a cova um bom lugar para ali nascer.
A rosa nasce do esterco, mas dos nutrientes da cova nem mesmo a existência de uma erva daninha se permite cogitar. No buraco negro do homem-cadáver, a via expressa de energia corre cegamente numa só direção: ao íntimo do próprio âmago, este invariável obeso mórbido.

- Obesidade





A gordura submerge os ossos – e o poema.
A anorexia (a que alguns chamam
“elegância” ou “concisão”)
Impede os movimentos de um corpo
que precisa de músculos para subir até à boca
do vento ou do inferno – lugares
sem espaço nem semáforos
na circulação da alma.

É preciso que as glândulas funcionem
apenas o necessário. o excesso e o defeito
perturbam o equilíbrio do organismo

O trânsito, nos intestinos, rejeita
uma vida sedentária. fibras
bífidus e muita águas
em aromas, da nascente, auxiliam a digestão
de um mundo com pés mergulhados
em óleo de fritura, comendo carne
e tubérculos sem qualquer capacidade
de dissolução na corrente que alimenta
os vasos sanguíneos.

Submersos os ossos, entupidas as veias – o colesterol
do poema impede a circulação do
sangue nas palavras (água salgada
a irrigar as estruturas do cérebro)

Pode bater o coração, pode bater,
sem a agilidade e o dinamismo das estruturas
e do pensamento, nada nem ninguém
conseguirá contudo evitar a síncope
das válvulas do sentido.

Ou, pelo menos, o inchaço
dos membros inferiores
à espera da amputação
pela gangrena.


Ruy Ventura

Obesidade infantil



A Obesidade Infantil é um problema crescente e tem que ser uma grande preocupação para os Educadores.
A Obesidade trás graves consequências para as vidas das nossas crianças.
Recordemo-nos que a Obesidade é uma doença que afecta seis em cada dez portugueses. Os números são tão elevados quanto as patologias associadas à Obesidade: Colesterol alto, problemas cardíacos, entre outros.

Não é mau ser-se gordinho, mas é grave ser-se obeso.

Os pais são os principais responsáveis pela educação alimentar dos filhos, por isso, é importante que os sensibilize para estas realidades.

Aumento da obesidade faz "disparar" diabetes entre os mais novos



Crianças e jovens são cada vez mais afectados pela doença, devido à má alimentação.

Vontade política, moralização na publicidade a produtos alimentares e aposta das autarquias em infra-estruturas desportivas são medidas essenciais para prevenir a diabetes, uma doença que atinge cada vez mais os jovens.
Medidas que têm de ser simultâneas e devem constituir uma "task force" no combate à diabetes, conforme disse ao JN Luís Gardete Correia, presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, que, hoje, dia mundial da doença, promove um fórum sob o lema "educação e prevenção".
Em Portugal, estima-se que 11,7% da população (mais de 900 mil pessoas) tenham diabetes. Mas o que mais preocupa é o aumento da obesidade infantil e juvenil. Não havendo números sobre quantos destes jovens têm já a diabetes associada - esta semana arrancou o registo nacional da pessoa com diabetes, que dentro de um ano poderá estar concluído -, sabe-se que essa é uma das complicações de que poderão vir a sofrer. Um estudo recente, elaborado pela Plataforma contra a Obesidade, refere que 30% das crianças portuguesas sofrerão de excesso de peso e 10% padecem já de obesidade.
Uma percentagem que Carla Pedrosa, nutricionista do Hospital de Aveiro e professora na Faculdade de Nutricionismo da Universidade do Porto, confirmou no terreno, quando decidiu fazer um rastreio das crianças com excesso de peso no concelho. Detectou os mesmos 30% com peso a mais e 10% obsesas.
Um fenómeno associado aos modernos estilos de vida. Pouca actividade e uma hiper-alimentação, baseada numa elevada carga calórica. Para o lanche, na escola, levam bolos em vez do tradicional pão com queijo ou fiambre. E bebem muitos refrigerantes. "Perdeu-se o hábito de beber água à refeição", diz, lembrando, também, que em casa, muitas vezes por falta de tempo dos pais, "recorre-se a refeições mais rápidas", geralmente à base de fritos.
O número de horas na escola aumentou, mas não aumentou a actividade física. Ela é praticamente a mesma existente antes do alargamento dos horários. Para além disso , "nem todos têm disponibilidade para frequentar uma actividade física depois das aulas".
A vantagem deste estudo, conforme refere a nutricionista, é que foi possível levar estas crianças ao hospital, onde podem ser acompanhadas e sensibilizadas para hábitos mais saudáveis.
A proximidade com os doentes, como confirmou um estudo apresentado esta semana, dá frutos positivos. Um rastreio à prevalência da diabetes em 11 centros de saúde mostrou um número elevadíssimo de doentes (30%, muito acima das previsões internacionais), mas mostrou, também, que a sensibilização funcionou. Nos doentes a quem foi proposto que alterassem hábitos de vida foram detectadas, numa segunda visita, seis semanas depois, melhorias significativas - menos mais de 600 gramas de peso e menos um centímetro de perímetro abdominal, disse Teresa Mota, da Fundação Portuguesa de Cardiologia, coordenadora do estudo.
Educação para a doença é precisamente o que se faz na Associação Protectora dos Diabéticos Portugueses. Mas, como diz Gardete Correia, é preciso muito mais. São precisas políticas públicas nas escolas, atenção aos alimentos disponíveis nas cantinas escolares e informação às crianças e aos pais. Para além disso, tem de haver alguma moralização na publicidade aos produtos alimentares. E políticas locais, ao nível das autarquias, de desenvolvimento "de espaços verdes e fomento da actividade desportiva".

Clara Vasconcelos

11 novembro, 2009

Uma chamada, uma vida;


LISBOA - Consulta de Comportamento Alimentar do Hospital de Santa Maria - 217805000

Na ZONA de Lisboa também disponível desde outubro 2009, disponibilizado pela afaab um espaço de atendimento aos familiares e amigos dos doentes com anorexia e bulimia nervosas. Telefone 217 972 110 ou 914 929 928 (2ª feira a 5ª das 14h-17h)

COIMBRA - Consulta de Comportamento Alimentar dos Hospitais de Coimbra - 239402901

PORTO - Consulta de Comportamento Alimentar do Hospital de São João no Porto - 225512100 e Consulta de Pedo-Psiquiatria do Hospital de Crianças Maria Pia no Porto - 226089900

BRAGA - Consulta de Comportamento Alimentar do Hospital de S. Marcos em Braga - 253209000

AMADORA SINTRA- Consulta de Doenças do Comportamento Alimentar, Hospital Fernando da Fonseca. Tel geral do Hospital: 214348200

VISEU- Consulta de Doenças do Comportamento Alimentar, no Departamento de Psiquiatria do Hospital São Teotónio .Tel geral do Hospital: 232 420 500.

Um telefonema que pode mudar tanta coisa para melhor... O atendimento é simpático e o tempo de espera até à consulta é geralmente curto. Tenta! O que tens a perder? Podes obter muitas informações mesmo antes de te perguntarem o nome.

Obesidade é um factor de risco para complicações da gripe H1N1

O Centro de Controlo de Doenças (CDC) dos Estados Unidos relatou uma possível ligação entre obesidade e a gravidade dos casos da chamada gripe A (H1N1).
A prevalência da doença está a ser maior entre pessoas jovens. Quando esses pacientes gozam de boa nutrição e saúde, a doença costuma evoluir de forma benigna, com a evolução clínica bastante semelhante à gripe comum.

Pessoas com doenças cardíacas, diabetes e deficiências imunológicas são apontadas com passíveis de apresentar um risco para complicações clínicas mais elevadas do que a população em geral. Mulheres grávidas também fazem parte desse grupo de risco.

Recentemente, o CDC fez uma pesquisa entre os pacientes hospitalizados com gripe A na Califórnia e concluiu que a obesidade também estava entre os factores de risco importantes, que elevam os riscos de pessoas com essa gripe apresentarem complicações médicas mais graves.

A epidemiologista do CDC responsável pelo estudo, Anne Shuchat, declarou ao jornal Washington Post, que ficou surpresa com a quantidade de pacientes obesos entre o número dos casos considerados graves.

Como consequência desse resultado, o CDC está a considerar a ideia de que pessoas obesas deveriam ser acrescentadas aos grupos de risco que teriam prioridade para receber a imunização contra o vírus H1N1, caso essa vacina venha a estar disponível nos Estados Unidos.

Dicas para a sua alimentação - Emagreça saudavelmente


Todos nós já ouvimos falar de inúmeras dietas milagrosas, mas que raramente funcionam.
A obsessão por um corpo perfeito conduz a erros que podem trazer resultados graves.
Será que é possível emagrecer com saúde?

Emagrecer é perder peso?
Muitas pessoas ainda confundem emagrecer com perder peso.
Antes de abordar esta diferença é necessário definir dois conceitos de extrema importância, quando falamos em emagrecer:

Composição corporal – O peso do nosso corpo (peso bruto) é constituído em termos gerais pelo peso da massa gorda e magra (músculos, ossos, etc.).

Percentagem de massa gorda – É a percentagem do peso total que corresponde a gordura.

Índice de massa corporal (IMC) – Parâmetro obtido dividindo o peso sobre a altura ao quadrado. Ex: 68Kg/1702 (homem com 1,70m e 68kg).

Esclarecidos estes conceitos, é mais fácil agora perceber a diferença entre emagrecer e perder peso. Emagrecer significa perder gordura (massa gorda), enquanto perder peso significa diminuir o peso bruto, não só através da redução da percentagem de massa gorda, mas principalmente à custa da degradação dos nossos ossos, órgãos, músculos e pele. É isto que acontece quando se faz uma dieta muito restritiva e sem acompanhamento médico, o que infelizmente acontece com frequência, originando inúmeros problemas.

Perigo das dietas muito restritas:
- Perda de peso irreal sob a forma de água;
- Maior possibilidade de engordar posteriormente, com menos quantidade de comida e com ganhos de peso superiores;
- Maior dificuldade em emagrecer;
- Perturbações psíquicas/comportamentais (aumento da irritabilidade, menor capacidade intelectual);
- Diminuição da massa, resistência e força muscular;
- Degradação da estrutura óssea, que pode levar à osteoporose precoce;
- Susceptibilidade aumentada a infecções e anemias;
- Amenorreia;
- Problemas renais;
- Envelhecimento precoce por desestruturação do tecido cutâneo.

Finalmente, emagrecer!

Siga estas regras básicas:
- Não perder mais de 2kg a 2,5kg por mês;
- Comer pelo menos 6 vezes ao dia e em pequenas quantidades;
– Não saltar refeições;
- Faça exercício físico regularmente;
– Beber 2 a 3 litros de água por dia;
- A composição do total calórico diário deve ser de 35% proteínas, 40% hidratos de carbono (complexos) e 25% de gorduras (mono e poli-insaturadas);
- O pequeno-almoço deve constituir 25% do aporte calórico total, o almoço 35%, jantar 25%, sendo os restantes 15% distribuídos pelo meio da manhã, lanche e ceia.

Cuidados alimentares:
A evitar:
- Pão branco, arroz, massa e batatas;
- Refrigerantes, bebidas alcoólicas;
- Bolos, doces, chocolates, bolachas;
- Carnes gordas;
- Manteigas, natas, queijo e leite gordo;
- Fritos, enchidos;
- Molhos gordurosos;
- Salgados, folhados, fast-food.

Aconselhado:
- Pão integral ou misto;
- Cereais integrais, legumes;
- Sumos naturais, água;
- Frutos frescos, compotas acalóricas;
- Carnes brancas, peixe;
- Leite, iogurtes e queijos magros;
- Grelhados, cozidos, assados;
- Limão, azeite, alho, e ervas aromáticas;
- Sandes de fiambre magro, peru, frango;
- Sopa, saladas, omeletas;

Vantagens da suplementação:
Qualquer processo metabólico para ocorrer, necessita de energia proveniente dos alimentos em forma de calorias (unidade de medida de calor) à qual está associada uma libertação de calor (termogénese). Por outro lado, qualquer actividade exterior que exija um gasto energético. vai aumentar o metabolismo e a termogénese, pois requer mais energia fornecida pelas calorias para realizar essa actividade. Quanto mais exigente for a actividade, maior é o aumento do metabolismo do gasto energético, dispêndio calórico e consequentemente, da termogénese.

O Chá verde (padronizado em cafeína) o Citrimax (rico em ácido hidroxicítrico), e a Griffonia (rica em 5- HTP), são alguns dos compostos termogénicos, a grande vantagem destes suplementos, é que, por si só, aumentam o metabolismo, e a termogénese, sem necessidade de recorrer à actividade física (embora a prática desta e uma dieta hipocalórica potenciem a acção dos suplementos), permitindo um maior consumo de calorias, principalmente provenientes da gordura. Por outro lado, ajudam a "queimar" as gorduras já existentes e inibem o apetite, nomeadamente por doces e gorduras.

08 novembro, 2009

Que conclusão podemos tirar da prática de actividade física?

Quando as pessoas se tornam mais activas, reduzem o seu risco de morte prematura por doença coronária, alguns cancros e diabetes; conseguem controlar melhor o seu peso; aumentam a sua tolerância ao trabalho, e melhoram a sua tonicidade múscular e a sua estrutura óssea. Também podem melhorar o seu bem-estar psicológico e a sua qualidade de vida. Se a actividade física permite aumentar a longevidade, também há evidência de que melhora a qualidade de vida. A sedentariedade atingiu níveis epidémicos na Europa. Existe forte evidência de que um estilo de vida sedentário está relacionado com o aumento de doenças físicas e mentais, e tal facto é actualmente aceite pelas grandes autoridades mundiais. Actualmente, a situação parece estar a piorar em vez de melhorar. Os custos em termos de sofrimento humano, perdas de produtividade e aumento dos cuidados de saúde são elevados. À primeira vista, a solução parece ser simples: as pessoas precisam mexer-se mais e mais frequentemente. Infelizmente, é pouco provável que a maioria da população, particularmente aquela que mais beneficiaria com o exercício (como as pessoas de meia-idade e os idosos) se tornem mais activas sem grandes campanhas de promoção da actividade física.

A promoção da actividade física requer o esforço combinado de várias instituições para ajudar as pessoas a reduzir o seu tempo de inactividade e aumentar a sua actividade física, e para mudar o ambiente de modo a encorajar as pessoas a serem mais activas. Os responsáveis nacionais, regionais e locais devem trabalhar com os responsáveis das redes de transporte, da construção civil, das escolas, das empresas e das autoridades de saúde para promover mais actividades como caminhar, andar de bicicleta, actividades físicas desportivas e de lazer. Ao mesmo tempo, é da responsabilidade das pessoas olhar para trás e reavaliar as suas prioridades de modo a adoptar um estilo de vida que inclua mais actividade física diária.

De quanta actividade física necessitamos?



Durante muitos anos, os promotores da saúde e do exercício utilizaram recomendações para a melhoria da aptidão cardiovascular que incluíam exercícios bastante intensos, mobilizando grandes massas musculares, de modo contínuo durante um mínimo de 20 minutos a grande intensidade (equivalente a 60-80% da frequência cardíaca máxima). Infelizmente, este nível de exercício provou ser muito difícil de atingir para a maioria das pessoas, o que levou muitas delas a continuar sedentárias.As mais recentes recomendações dos E.U.A. e do Reino Unido são para a prática regular de actividade física de intensidade moderada. Este tipo de actividade física, equivalente à marcha rápida, é supostamente realizável por uma muito maior percentagem da população, pois pode ser facilmente incorporado nas actividades diárias, além de ser fisicamente menos exigente. Um passeio diário de 20 minutos em marcha rápida conduz a uma perda de peso de 5 kg por ano e a uma melhoria da aptidão cardiovascular, além de proporcionar outros benefícios para a saúde física e mental na grande maioria das pessoas. As recomendações actuais salientam a importância da marcha rápida durante 30 minutos, na maioria ou em todos os dias da semana. Para além disto, existem provas cientificas de que a mesma quantidade de exercício, efectuada em dois ou três curtos períodos de tempo, pode ser quase tão eficaz e também mais fácil de realizar no dia-a-dia. Actividade física variada no tipo e na intensidade melhora vários componentes da saúde e da aptidão física. Por exemplo, um passeio à hora do almoço, embora não seja suficientemente intenso para melhorar a aptidão cardiovascular, pode ser um bom intervalo no trabalho, melhorar o humor e reduzir o stress, contribuindo também para um melhor controlo do peso. Para as pessoas que não gostam ou não podem praticar exercício formal, evitar ou reduzir o tempo dispendido em tarefas sedentárias como ver televisão pode ser igualmente útil. O simples facto de ficar de pé durante uma hora em vez de estar sentado a ver televisão, se praticado todos os dias, poderá conduzir à perda de 1 a 2 kg de gordura por ano. De modo a que todas as partes do corpo possam tirar maior benefício, são necessários vários tipos de exercícios de fortalecimento e de alongamento. Isto é particularmente importante para as pessoas mais idosas. A recomendação da prática de exercício de intensidade moderada não exclui os benefícios extra obtidos por actividades mais intensas, nomeadamente no que toca a melhoria da saúde cardiovascular e do metabolismo da glicose. No entanto, a maioria das pessoas precisará de vários meses de prática até conseguir atingir esses níveis de intensidade.


Recomendações

As actividades devem:
- Envolver os grandes grupos musculares;
- Impor uma carga superior à habitual;
- Necessitar um dispêndio energético total de 700 kcalorias por semana no mínimo;
- Ser praticadas regularmente e se possível todos os dias;
- Na prática, um exercício regular como a marcha rápida durante 20 a 30 minutos por dia permite atingir este objectivo na grande maioria dos adultos;

Para maiores benefícios para a saúde, as actividades devem:
- Incluir alguns períodos de actividade física vigorosa;
- Incluir actividades físicas variadas (marcha, natação, …);
- Exercitar a grande maioria dos músculos, incluindo os do tronco e dos membros superiores;
- Levar a um dispêncio calórico de 2000 kcalorias por semana;
- Ser praticadas durante toda a vida;

Quais são os benefícios da actividade física?



Os benefícios de se ser fisicamente activo são numerosos e variam de uma redução do risco de certas doenças e condições até à melhoria da saúde mental.

Doença coronária e acidente vascular cerebral
A doença coronária é a principal causa de morte na Europa. A manutenção de um estilo de vida activo e pelo menos um bom nível de aptidão física pode diminuir para metade a probabilidade de morrer de ou desenvolver doença coronária. Os efeitos do exercício no coração podem ser observados até para níveis moderados actividade física; os maiores benefícios são obtidos quando os indivíduos sedentários se tornam moderadamente activos.
Andar regularmente, fazer ciclismo ou praticar quatro horas de actividade recreativa por semana estão associados a uma redução do risco de doença coronária. Também foi demonstrado que a actividade física permite uma melhor recuperação após doença coronária: os programas de reabilitação cardíaca baseados em exercício permitem uma redução significativa do número de mortes. Os efeitos da actividade física nos acidentes vasculares cerebrais são menos claros, pois os resultados dos estudos clínicos são pouco consistentes.


Obesidade e excesso de peso
A manutenção do peso corresponde a um entre o aporte calórico e o dispêndio energético. Quando o aporte calórico é mais elevado do que o dispêndio energético, ao fim de um certo tempo desenvolve-se o excesso de peso e a obesidade. Crê-se que a obesidade é o resultado directo das mudanças do nosso ambiente, nomeadamente o aumento da mecanização e automação, dos transportes motorizados, o aumento dos jogos informáticos e do vídeo, e o acesso facilitado a alimentos ricos em calorias e de baixo custo. Nos países europeus, a incidência da obesidade triplicou nos últimos 20 anos: actualmente, cerca de 10-20% dos homens e 10-25% das mulheres são obesos (índice de massa corporal>30). Cada vez mais há provas de que a redução dos níveis de actividade física é um dos principais responsáveis por esta tendência. Parece que a quantidade de actividade física e o correspondente dispêndio energético poderá até ser mais importante do que a ingestão calórica para o desenvolvimento (ou não) da obesidade. Vários estudos mostraram os benefícios de um estilo de vida activo para a prevenção da obesidade. A actividade física seria particularmente importante para prevenir o aumento de peso relacionado com o aumento da gordura que se observa na maioria das pessoas de meia-idade.Nas pessoas que já têm excesso de peso ou obesidade, o exercício físico associado a uma alimentação baixa em calorias facilita a perda de peso e melhora a composição corporal, preservando os músculos e aumentando a perda de massa gorda. A actividade física também é eficaz na redução da gordura abdominal (gordura acumulada ao redor do estômago), que se encontra associada a um aumento do risco de diabetes e de doença coronária. Além disso, as pessoas que continuarem a praticar exercício físico têm uma maior probabilidade de manter a perda de peso a longo termo.Talvez o maior benefício da actividade física nos indivíduos obesos seja o seu efeito no perfil de risco de saúde. Assim, demonstrou-se que as pessoas obesas que se conseguem manter activas podem reduzir o seu risco de doença coronária ou de diabetes para níveis comparáveis aos das pessoas normoponderais (não obesas). Estes resultados sugerem que uma pessoa gorda pode manter-se de boa saúde desde que mantenha uma boa aptidão física.


Diabetes de tipo 2
A incidência da diabetes de tipo 2 tem aumentado rapidamente nos últimos anos. Este aumento é frequentemente atribuído ao aumento da obesidade, mas há fortes evidências de que a sedentariedade também pode ser um factor de risco. Vários estudos indicam que os indivíduos mais activos têm um risco de diabetes 30 a 50% mais baixo do que os indivíduos sedentários. Foi demonstrado que o exercício físico pode retardar ou até prevenir a passagem de um estado de intolerância à glicose para a diabetes clínica, e também foi mostrado que o exercício físico trazia benefícios para os diabéticos. Um pequeno número de estudos bem delineados mostrou que a prática de exercício, tal como caminhar ou andar de bicicleta durante 30 a 40 minutos três vezes por semana, pode melhorar moderadamente mas significativamente o controlo dos níveis da glicemia (açúcar no sangue) nos diabéticos.


Cancro
Ser fisicamente activo parece reduzir o risco de certos cancros, sendo a actividade física moderada ou vigorosa que oferece a maior protecção. Por exemplo, ser fisicamente activo reduz o risco de cancro do cólon ou do recto em cerca de 40 a 50%. A actividade física também poderá ter um efeito benéfico noutros tipos de cancro, mas ainda não existem provas suficientes.


Doenças musculo-esqueléticas
Certas patologias musculo-esqueléticas (tais como a osteoartrite, as lombalgias e a osteoporose), podem tirar benefícios da prática regular de exercício. O treino fortalece os músculos, faz com que os tendões e os ligamentos sejam mais espessos, e os ossos mais fortes e mais densos. Por exemplo, foi demonstrado que os programas de actividade física concebidos para melhorar a força muscular permitem às pessoas idosas manter um melhor equilíbrio, reduzindo assim o risco de quedas.O exercício também pode ser eficaz na prevenção das lombalgias e pode reduzir a recorrência deste tipo de patologia. No entanto, ainda não se sabe qual o tipo de exercício mais adequado. Ainda não foi demonstrado que a actividade física previna a osteoartrite, mas vários programas de marcha permitiram reduzir a dor, as contraturas e a invalidez, e aumentar a força muscular, a mobilidade articular e a qualidade de vida subjectiva nos pacientes.
O treino (envolvendo suporte do próprio peso em actividade física vigorosa) aumenta a densidade mineral e a espessura óssea nos adolescentes, ajuda a manutenção destas características nos adultos e reduz a sua redução nas idades mais avançadas. Isto pode ajudar a prevenir ou retardar o início da osteoporose, mas não pode inverter a osteoporose já estabelecida, podendo no entanto atenuar a taxa de redução da massa óssea.


Saúde mental
Alguns estudos bem concebidos mostraram que a actividade física pode reduzir a depressão clínica e pode ser tão eficaz quanto os tratamentos tradicionais, tais como a psicoterapia. A prática regular de actividade física durante vários anos também pode reduzir o risco de depressão recorrente.Foi também mostrado que a prática de actividade física melhora o estado psicológico nas pessoas que não sofrem de desordens mentais. Centenas de estudos demonstraram melhorias no bem-estar subjectivo, no humor e nas emoções, assim como na imagem corporal, auto-valorização e auto-estima.Para além disso, tanto os episódios pontuais de actividade física como os regulares reduzem a ansiedade e melhoram as reacções ao stress e a qualidade e duração do sono. Também foi demonstrado que o exercício físico pode melhorar vários aspectos do funcionamento mental tais como o planeamento de actividades, a memória a curto prazo e as tomadas de decisão.
A actividade física parece ser particularmente benéfica para as pessoas idosas, reduzindo o risco de demência e de doença de Alzheimer.

Actividade Física



Na batalha para o controlo do peso e o bem-estar, deu-se muita importância ao tipo e à quantidade da comida e das bebidas que consumimos. Muito menos importância foi dada à quantidade de energia que gastamos com a nossa actividade física. No entanto, estes dois factores encontram-se intimamente ligados. Ao contrário dos nossos antepassados, nós não precisamos de gastar muita energia para encontrar a nossa comida. Os avanços tecnológicos tais como o transporte motorizado, a automatização e o equipamento que permite reduzir o esforço, fazem com que a maioria das pessoas tenha menos oportunidades para gastar energia. Assim, considera-se que, nos países industrializados, cerca de 70% das pessoas não sejam suficientemente activas para poder manter um peso adequado ou gozar de boa saúde.

- O que se entende por “actividade física”?

Actividade física, exercício, aptidão física - todos estes termos são habitualmente utilizados para caracterizar uma pessoa fisicamente activa. No entanto, do ponto de vista científico, (são conceitos diferentes) estes termos correspondem a entidades ligeiramente diferentes. As definições dos termos mais frequentemente utilizados encontram-se a seguir:

DEFINIÇÃO DOS TERMOS RELACIONADOS COM A ACTIVIDADE FÍSICA

Actividade física - Todo o movimento corporal de que resulte dispêndio energético. Inclui actividades de vida diária como a lide da casa, ida às compras, trabalho.
Exercício - Actividade física voluntária, planeada e estruturada, para melhorar a condição física e a saúde.
Desporto - Actividade física envolvendo competição regulamentada. Em muitos países europeus, o termo “desporto” inclui tanto o exercício como a prática de actividade física de lazer.
Condição física - Conjunto de parâmetros como a resistência, a elasticidade e a força, que caracterização a aptidão individual para praticar actividade física.


A actividade física define-se como todo o movimento de que resulte dispêndio energético. Os principais factores que contribuem para a actividade física são as actividades diárias que envolvem movimentos do corpo, tais como caminhar, andar de bicicleta, subir as escadas, fazer as tarefas de casa, ir às compras; por outras palavras, as actividades de vida diária. Por outro lado, o exercício pode ser definido como uma actividade física voluntária, planeada e estruturada, para (pelo menos em parte) melhorar a nossa condição física e a nossa saúde. O exercício pode incluir actividades tais como a marcha rápida, o ciclismo, a ginástica aeróbica ou outros passatempos activos tais como jardinar ou desportos de competição.A aptidão física é em grande parte o resultado dos nossos níveis de actividade física; no entanto, certos factores genéticos também podem intervir. Assim, alguns indivíduos possuem uma capacidade física natural que lhes permite um melhor desempenho em certas actividades. Isto nota-se mais nos desportos de competição tais como a corrida de fundo ou o halterofilismo, onde os melhores atletas têm um corpo geneticamente superior e que pode ser melhorado por um treino intensivo. No entanto, o ponto mais importante é o facto de que provas científicas actuais mostram que a prática regular de actividade física quaisquer que sejam as características genéticas do indivíduo se encontra relacionada com uma boa saúde. Isto significa que todas as pessoas, sejam elas naturalmente favorecidas ou não, podem beneficiar com um aumento da actividade física!

07 novembro, 2009

Desejo de comer - A fome e as emoções



Fome impulsiva é um fenómeno definido como uma forte vontade ou desejo de comer um dado alimento ou tipo de alimento. As pessoas consideradas que sofrem de "fome impulsiva" são aquelas que sentem um desejo forte de comer um tipo de comida pelo menos uma vez por semana, durante 6 meses.

Em particular as mulheres, que sentem "fome impulsiva" estão mais vezes preocupadas com dietas, restringem a sua alimentação, têm peso instável, sentem-se mais frequentemente demasiado pesadas e desejam perder peso.
A maioria das mulheres que sofrem de "fome impulsiva" estão mais deprimidas durante o dia e são uma disposição negativa (como um aborrecimento ou um estado deprimido), que despoleta o desejo de comer. Os homens sentem esse apelo quando estão bem dispostos.

Há investigadores que afirmam poder haver várias explicações para este facto. Afirmaram, que estas diferenças podem ser devido à maior preocupação da mulher com o seu peso e aparência, à pressão social para o emagrecimento que pode levar essas pessoas a restringirem a sua dieta para perderem peso. Outra explicação poderá ser a de que as mulheres tenham uma relação diferente entre estado de espírito e vontade de comer. No entanto estas relações são muito complexas e difíceis de entender. A vontade de comer estava relacionada com um "desejo" e não uma "necessidade" o que mostra a forte influência de factores psicológicos nos hábitos alimentares.