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23 janeiro, 2010
Metamorfose Final,
Há palavras que devem ser ditas
Reditas
Bem ditas
Ainda que o poema prescrito
Almadiçoado
Há uma legião imensa de criaturas
A morrer com fome de pão
E sede de amor e água
Metamorfoseados com espectros
De miséria e morte
Enquanto a morte
A humanidade
Ou o que de ela resta
Vive túrgida
Sobrealimentada
Anafada
Em permannte entrudo
Feito de nada e de tudo
Paródia
Ilusão
E vanglória
Lambuzada de vicios e de guerras
Falsidades
Vaidades
Prepotência
Intolerância
E escandalos sem nexo
Procuram a santidade alguns
É verdade
Poucos
Muito poucos
Quase nenhuns
Um dia porém
No tempo e espaço de cada um
Tudo acabará podre
Putrefacto
Feito em merda
Fase derradeira
Da mais cruel e disforme metamorfose final
O mais caro perfume Channel
O mais poderoso ditador
O jacto privado do financeiro maior
O mais glorioso douctor
A obra poética mais festejada
Acabarão em nada
Espuma de coisa nenhuma
Nem os ossos se aproveitarão para o roer dos cães
Transformados em cheiro nauseabundo
De cadáver a apodrecer
Escárnio e mal dizer
Esquecimento perdido no vento
Com muita sorte poderão retornar a vida
Convertidos em odor de futura rosa
Ou traque de prostituta indecorosa
E todas as bombas atómicas da Terra
Valerão menos que um fotão perdido no Cosmos
Todas as alegrias e dores
Sorrisos e lamentos
Entrarão no esquecimento
Varridos da memória
Vazios de nada e de ninguém
Para os que não creêm na Alma
A vida não passa de uma mera perda de tempo
Ante a nilista metamofose final
Mas salva-se a palavra de Cristo
E salva-nos a nós
A esperança de que seremos outros
Melhores e mais felizes em espirito
Eu que so livre
E tenho o coração liberto
De deslumbramento e ambição
E não venero nenhum César da Terra
Ou outro mito qualquer
Apenas glorifico o amor e louvo a Deus
Qual gladiador a caminhar para a morte
Deixemo-nos de jactância e vaidade
Sejamos humildes
Cultivemos a temperança
E a amizade
Pratiquemos a caridade
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